sexta-feira, 11 de junho de 2010

DIREITO AUTORAL EM DEBATE

Onze organizações civis realizou em São Paulo, no último dia 31 de maio, na sede do Ministério Público Federal, um ato que visa pressionar o governo pela reforma da Lei de Direitos Autorais (Lei 9.610/98).

A coligação, representada por institutos de defesa do consumidor, grupos estudantis e associações de artistas, cobra do Ministério da Cultura a abertura imediata da consulta pública do projeto de reforma de lei atual para que toda a sociedade participe e discuta sobre o assunto.

De acordo com Guilherme Varella, advogado do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa ao Consumidor) – uma das organizações participantes –, há urgência em trazer à tona o projeto de lei que vem sendo discutido desde 2006 e que modernizará a vigente lei de direitos autorais, considerada pelo grupo um grande atraso.

A lei atual é muito rígida e cumpre pouco seu papel de circular a obra”, diz Varella. “Deveria haver um equilíbrio para defender os produtores de conteúdos, as empresas e os consumidores, que é o que se espera do novo texto”.

No ato desta quarta-feira, o objetivo dos organizadores é entregar um caderno produzido por vinte associações e também uma segunda versão “Carta São Paulo pelo Acesso a Bens Culturais”, sob comando da banda Teatro Mágico. Com os documentos, o manifesto pretende formalizar a briga pela democratização do conhecimento dentro e fora da internet, segundo os organizadores.

Gustavo Anitelli, produtor doTeatro Mágico, grupo conhecido por atuar a favor de uma internet mais livre, diz que a intenção é alertar a sociedade sobre algumas práticas abusivas das empresas de conteúdo, sobretudo em relação à indústria fonográfica.

A questão dos direitos autorais sempre beneficiou intermediário, nunca compositores e consumidores”, diz Anitelli, que ainda alerta para a questão do abuso de gravadoras, como os contratos de exclusividade e o popular “jabá” – prática de pagar em dinheiro para alguma rádio tocar a música do artista.

O ´jabá´ é uma prática criminosa, mas que na lei atual não tem como determinar o que é e o que não é”, explica.

Além da área musical, o manifesto pretende ainda debater questões mais amplas como a liberdade de uso de obras na área educacional, uma maior fiscalização pública e outras reformas coerentes com a sociedade da informação.

Segundo o último relatório do Consumers International, que mede a eficácia das leis de direitos autorais sob aspectos culturais, o Brasil foi eleito como o quarto país com pior desempenho, perdendo apenas para Reino Unido (1º), Tailândia (2º) e Argentina (3º).

*Fonte:

Ministério Publico Federal

Revista Info

Revista BravoOnline

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